segunda-feira, abril 21, 2008

A Escolha Óbvia

A minha crónica publicada sexta-feira passada, dia 18 de Abril no "Comércio do Seixal".
A Escolha óbvia

Palpitava-lhe o coração de ambição e coragem, mas porque não dizê-lo, também de medo e apreensão, a perspectiva de finalmente conseguir conduzir num terreno tão sinuoso, andrajoso e imperceptível quanto aquele. Claro que estamos a falar de alguém habituado a fazer o antigo Paris-Dakar e que este ano, por uma vitória esmagadora do terrorismo internacional não saiu de Lisboa. Mas nessa competição os carros iam apetrechados, os co-pilotos têm experiência, não há trânsito e no “deserto” (está-se mesmo a falar no deserto, não do deserto do “Desertificador”) os trilhos obedecem a uma certa lógica.
Não, aqui estamos a falar de Fernão Ferro, onde nessa ocasião se ia realizar uma prova de Todo-o-terreno para o mundial de Ralies, pois sendo uma localidade desprovida de qualquer lógica no que aos caminhos diz respeito, com dezenas de cruzamentos sem sentido algum e um piso a rivalizar com o Paris (ou Lisboa)- Dakar era a ideal para essa prova.
Diz a lenda que o Presidente Francês, o vaidoso do Sarkozy só não autorizou este ano o Lisboa-Dakar a partir de Lisboa, porque depois de ter ouvido nas notícias da CNN o Ministro Mário Lino a falar do deserto da Margem Sul, e de ter obtido informações do extraordinário traçado que Fernão Ferro proporcionaria a um rali Todo-o-Terreno, tenha exigido que à última hora fosse incluído esse troço, como uma verdadeira especial. Parece que o João Lagos não esteve para isso e então a prova foi mesmo anulada.
Agora, ao que consta os habitantes de Fernão Ferro têm uma difícil opção a tomar: deixar tudo como está, mantendo o actual presidente da Junta de Freguesia e o actual executivo da Câmara, todos da CDU, o que garantirá Fernão Ferro no Mundial de Todo-o-terreno ou mudando de dirigentes e opções político-partidárias, podendo escolher um que não quisesse Fernão Ferro como está e que se preocupasse mais com questões como o ordenamento do seu espaço, nomeadamente no que concerne à circulação automóvel, com vias arranjadas e sinalização adequada, um posto do Correios, um cemitério, rede de saneamento básico em todo o concelho, resolvendo-se uma outra questão que se prende com parte da canalização ( mais antiga) da rede de águas da freguesia ser de amianto(na zona dos Morgados), o que impõe a substituição da rede de abastecimento dessa zona com o máximo de urgência.
Admito que o nosso campeoníssimo Carlos Sousa, entusiasmado e expectante como está para participar nesta prova, se estivesse perante esta escolha votasse na CDU. Mas ele não vive em Fernão Ferro e adora Todo-o-terreno...
Você só tem de escolher: se é fã de todo-o-terreno e, gosta de caminhos sinuosos, mal sinalizados, acidentes e tudo o resto descrito, ou se apenas acha piada a isso pela televisão e quer viver com alguma qualidade de vida.
Então não escolha como se fosse um piloto profissional de todo-o terreno!

3 comentários:

Anónimo disse...

a minha escolha óbvia. candidate-se que eu apoio-o.
M.A.

Anónimo disse...

Caro Presidente,

Uma vez que o Lisboa-Dakar este ano foi anulado por tal divergência, não se pode no entanto olvidar que outras provas de todo-o-terreno tem usufruído das condições muito peculiares dos traçados de Fernão Ferro, ainda na época transacta aquando da 1ª edição do Rally dos pontos negros do Seixal, grande parte da prova foi lá realizada em face das condições únicas para a prática do Rally, contudo e como o dia ameaçava chuva temi mesmo que o meu bólide não conseguisse cumprir a etapa, em especial quando me vi engolido pela majestosa Avenida do Seixal, grau máximo de dificuldade, mas que raio ninguém me tinha avisado, redução na caixa de velocidades e prossigo a marcha acelerando até generosos 10 km/ hora, mas nunca na minha vida pensei tanto num Jeep, a minha viatura mais talhada para o asfalto, não estava preparada para tal grau de exigência, e claro que, os amortecedores sofreram e de que maneira as agruras de um terreno excelente devo reconhecer para a prática do Rally, mas que eu mal informado não consegui enfrentar da maneira mais competitiva e tudo porque não me apetrechei com a melhor ferramenta, decididamente um Jeep..paciência.
Mas enfim, sobrevivi a tempo de ficar num honroso quarto lugar, nada mau para quem passou por tantas dificuldades na Avenida da morte, perdão….na Avenida do Seixal.
Ainda assim, considero que esta temporada não se devia desperdiçar as inigualáveis características de Fernão Ferro e uma vez que se frustrou a realização da especial no Lisboa-Dakar, realizar-se a 2ª edição do Rally dos pontos negros, que promete assim tornar-se um evento carismático, com o patrocínio da Câmara do Seixal e da Junta de Freguesia de Fernão Ferro que se comprometido ano após ano a deixar os traçados sinuosos como estão, ou seja excelentes para a prática do Rally.

Rui Belchior Pereira

Ponto Verde disse...

Corrosivo !