sexta-feira, agosto 28, 2009

A Quinta

Publicada no "Jornal do Seixal", na edição de hoje e cujo site pode ser consultado aqui: (http://www.roteirodoseixal.com/index.php) escrevi a seguinte crónica, que vos disponibilizo para leitura e comentários:

A semana ficou indelevelmente marcada pela Quinta. Não a Quinta-feira, não a Quinta da luz, não a quinta classificada nos campeonatos do mundo de atletismo do nosso descontentamento, não a Quinta da Atalaia, mas sim as Quinta da Princesa e a Quinta da Fidalga.

Foi curioso perceber que enquanto que nesta última, os nossos representantes, da posição e da oposição, se acotovelamvam, procuravam a melhor posição para poderem aparecer ”no boneco” junto à Sra. Ministra da Saúde que era portadora do acordo do nosso contentamento, que era o testemunho vivo de que a população do Seixal, Almada e Sesimbra estava de parabéns por ter lutado, que vale a pena lutarmos por objectivos, por causas, por esse acordo provar que o poder local pode unir-se por uma causa, sem cor partidária, sem interesses mesquinhos, como foi o caso.

Não, não fomos cercados, senão pela população que aderiu em massa. A comunicação social acorreu em bom número e todos os representantes locais dos partidos lá estavam.

A Quinta da Fidalga, essa, estava linda, engalanada e charmosa, pronta para acolher toda a nossa representação política, a população e quam mais quisesse testemunhar este raro momento de comunhão colectiva. Não, não estamos a falar da mesma Quinta onde nos dois dias anteriores, esses mesmos políticos evitavam as câmaras das televisões, por não terem como justificar o que estava a acontecer. Pelo menos sem cair em demagogia. Sem alijar responsabilidades. Sem perceber que nada acontece por acaso. Mesmo o próprio acaso.

Só não vê quem não quer. O Seixal é um barril de pólvora. Não vale a pena tapar o sol com a peneira. Não vale a pena dizer que a polícia agiu mal, que foi racista, etc. Também não vale a pena dizer que são condescendentes, que não actuam por medo ou impunidade.

Este Seixal está inseguro. Parece que tem reservada sempre uma página, na página dos crimes dos jornais nacionais. Não é alaramismo bacoco. É a constatação de um facto. É um alarme que aqui se deixa. Há que mudar de rumo.
Vale a pena perceber quem vive na Quinta da Princesa, assim como quem vive na Quinta da Cucena e no Bairro da jamaica. Assim como vale a pena perceber quem vive nos condomínios de luxo que este executivo criou, cria e criará.

Vale a pena saber quem este governo local comunista que nos governa (e às vezes desgoverna) há mais de trinta anos, alojou, realojou, como o fez, como o quer fazer e perceber se o fez bem. Pior, vale a pena perceber que quer criar na Flor da Mata mais uma Quinta da Princesa. Vale a pena perceber que a CDU, ou quem a representa no nosso concelho não percebeu que a Quinta da Princesa infelizmente não é fruto do acaso, que o desordenamento urbanistico, que o desemprego galopante, que a falta de inserção social, que a “guetização” crescente têm um preço a pagar – mais dia menos dia a Quinta é cercada. Seja a da Princesa, da atalaia ou da Cucena.

Vale a pena perceber que o bairro da Quinta da Princesa nasceu no final da década de 1970 através de um Contrato de Desenvolvimento Habitacional entre o Estado e construtores civis. Parte das casas seria vendida e o resto era entregue à Câmara. Segundo dados apurados pela imprensa, dos 20 edifícios que compõem o bairro, sete (o que corresponde a 208 fogos) foram entregues à autarquia do Seixal, que os destinou ao realojamento de famílias carenciadas dispersas pelo concelho – a maioria retornados ou emigrantes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.

Vale a pena perceber que actualmente vivem cerca de 1300 pessoas na Quinta da Princesa. A população é maioritariamente jovem – cerca de 30 por cento tem menos de 10 anos –, mas o desemprego e o abandono escolar são uma realidade que afecta muitas famílias.

Vale a pena perceber que últimos anos, Tal como noutros bairros sociais da área metropolitana de Lisboa, alguns apartamentos têm sido vendidos sem qualquer registo ou alugados a emigrantes recém-chegados. Que a comunidade cigana e os emigrantes do Leste da Europa e do Brasil têm vindo a ganhar expressividade. Que 41,7% dos habitantes são cabo-verdianos, a comunidade mais representativa, seguidos dos são-tomenses (21%) e angolanos (10%). Apesar de apenas 13,3% dos habitantes de Quinta da Princesa terem nascido em Portugal, mais de 25% tem nacionalidade portuguesa.

Vale a pena perceber que não se podem criar caldeirões étnicos e depois vir com discursos racistas. Que não se podem adiar os Bairros da Jamaica desta vida, deslocando-os para as Flores da Mata, sem curar o essêncial : integrar socialmente estas pessoas que acolhemos no nosso concelho.

Vale a pena perceber que a Câmara tem o dever de fiscalizar, de não deixar crescer este caldeirão, da forma como o tem feito. da forma como o fez.
Vale a pena perceber que passar de 3.000 habitantes para 170.000 tem um custo. Vale a pena perceber que este executivo falhou no que de mais importante um excutivo deve assegurar aos seus munícipes: qualidade de vida.

Vale a pena perceber que O SEIXAL MERECE MELHOR!

terça-feira, agosto 25, 2009

E onde já vimos este filme?

É preciso inverter esta tendência:

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1397615

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=13&id_news=405946

segunda-feira, agosto 17, 2009

Onde é que já vimos este filme?

Um pequeno apanhado das promessas não cumpridas da CDU ao longo dos últimos 30 anos de governação local.

O Primeiro dia do Resto das Nossas Vidas

E mais não digo...

domingo, agosto 16, 2009

A Menina do "I"


Férias são férias. Dizem os puristas destas coisas que nem telemóvel, muito menos computador, nada de jornais e, os muito puristas, nem sequer televisão.
Eu não abdico de televisão (onde via eu as notícias do mundo e onde via eu o meu Benfica a jogar?), de jornais, mas ao longo dos anos fui introduzindo o telemóvel, primeiro, o computador, depois, a pen de acesso à net, finalmente, para além da carradas de processos para estudar (um clássico de sempre), livros para ler e, este ano, informação política, para preparar o assalto final...à Câmara Municipal.
A verdade é que montei o "estendal", ou seja, o escritório, na praia. Os meus companheiros de praia invariavelmente viam-me ao telemóvel, ao computador, a ler, a estudar, etc, mas com a noção de que estes compromissos eram inadiáveis e, ainda assim havia sempre uns mergulhos pelo meio.
Este ano, no local onde estava, fui presenciado com uma edição diária do Jornal "I" oferecida por esta simpática menina, que estudante de comunicação social, ainda me deu algumas "dicas" sobre a campanha que se avizinha.
Ora, vejam lá se com uma simpática menina a oferecer-vos todas as manhãs um jornalinho destes, se o problema da iletracia Português não era completamente combatido. À atenção do próximo Ministro da Educação..


quinta-feira, agosto 06, 2009

Em nome da verdade
























Diário de Notícias, 06-08-2009

quarta-feira, agosto 05, 2009

Auditoria

Esta semana, na última edição desta rubrica, quero agradecer à direcção do "Comércio do Seixal e Sesimbra" esta parceria e ter apostado neste conceito inovador de colocar num jornal em formato papel o que dois bloguers escrevem e, sobretudo, o que os seus leitores comentam.


Tenho a noção que esta rubrica contribuiu decisivamente para a minha afirmação política em termos locais, assim como certamente ajudei a fortalecer o jornal..


Uma palavra de agradecimento ao Samuel Cruz, com quem tenho dividido este espaço. Provámos à sociedade e à saciedade que a política é divergência de opiniões, pontos de vista opostos, mas também pode ser amizade, respeito pela opinião adversa, educação. tal como afirmei no meu post anterior. Critico quando tenho que criticar, mas elogio quando o entendo fazer, mesmo que os meus simpatizantes não gostem, mesmo que isso incomode terceiros. Mesmo que isso me custe votos.


Antes da crónica, propriamente dita, que podem, e devem, comentar para ser publicado no jornal na próxima sexta-feira, ou também no "Rumo a Bombordo" ( ), quero deixar uma palavra de, de regozijo, de satisfação pela nomeação em lugares de destaque de algumas personalidades ligadas ao Seixal, amigas do Seixal e integrantes do projecto que eu encabeço para as autárquicas 2009.


Começo pelas senhoras, onde a Dra. Clara Carneiro (n.º2 da lista à CMS) integra a lista de deputados, em lugar claramente elegível. Parabéns Dra. Clara Carneiro, pois o seu contributo nos últimos quatro anos pelo Seixal, pela Península de Setúbal, poderá ser projectado no seu trabalho nos próximos quatro anos em plena Assembleia da República.


À Dra. Mercês Borges, ex-Governadora Civil, minha grande amiga e muito amiga das gentes do Seixal, os meus parabéns públicos. Sei que nos representará condignamente e que terei em si uma voz amiga a representar os nossos interesses em plena Assembleia da República.


Ao Dr. Miguel Martins, estreante nestas andanças, mas já num destacado oitavo lugar nas listas por Setúbal.


Ao Eng. Luís Rodrigues que certamente se manterá no parlamento a dar continuidade ao excelente trabalho que tem realizado. Sei que os Seixalenses poderão contar contigo, como sempre contaram. Não esquecer que estamos a falar do nosso candidato a Presidente da Assembleia Municipal do Seixal.


Isto a somar aos nomes do Dr. Nuno Tavares (PS) e da Dra. Helena Lopes (PS) e da Vereadora Paula Santos (a quem já cumprimentei publicamente). Com estes nomes não temos dúvidas de que o Seixal tem tudo para estar muito bem representado, se bem que aparentemente apenas esta última, o Luís Rodrigues, a Dra. Clara carneiro e a Dra. Mercês Borges estejam em lugares elegíveis.


Deixo-vos o texo para comentarem:
Ser herdeiro, ou habilitar-se a essa mesma condição, pressupõe confiança na pessoa que geriu o património que se pretende vir a deter. Porque as autarquias são também isso, um património que se gere, transitoriamente, que recebemos das mãos de alguém, que não possuímos como nosso, e cujos principais rendimentos não devem nem podem reverter a favor de quem gere ou dos seus próximos, antes têm como destino a comunidade de munícipes. Obviamente, ao potencial herdeiro agrada a ideia de vir a entrar na posse de um património em boas condições, com potencial de crescimento. E ele tem como missão fortalecer, solidificar a bases sobre as quais assenta esse mesmo património, através de uma gestão que permita aumentar e desenvolver os rendimentos ao longo do tempo, e entregar a quem lhe suceder um conjunto de activos tanto maior e mais valioso possível. Desta forma, a comunidade por conta de quem de quem se gere, terão sido defraudados. O Partido Comunista Português, sob várias encarnações (FPU, APU, CDU) tem gerido a Câmara Municipal do Seixal nos últimos trinta anos, com maiorias confortáveis e sem permitir a intromissão de terceiros. Teve portanto, tanto quanto pode uma gestão camarária pedir, um largo período temporal para implementar as usas politicas e levar a cabo investimentos, baseados numa táctica de betonização crescente do território que administrou. Para além da propalada “superioridade moral dos comunistas”, que coloca de fora qualquer tipo de suspeita acercada idoneidade dos responsáveis pela administração do PCP no Seixal, há ainda a reconhecida capacidade de gestão de activos que o partido anti-capitalista faz dos meios próprios. Volta e meia somos informados pelos media de que o PCP é a força politica com maior património, mais rentável etc. Com a doutrina do Centralismo democrático, a moralidade superior e toda experiência acumulada em gerir desde os tempos da clandestinidade, seria de esperar que o Seixal e as restantes câmaras geridas pela CDU fossem refulgentes exemplos de transparência, boas práticas de gestão e saúde financeira. Serão? Como autarca, primeiro a nível da Freguesia de Corroios, mais tarde na Assembleia Municipal, e hoje como candidato a presidente, nunca me foram facultados dados que me permitissem perceber a realidade empresarial e a sanidade das contas da Câmara Municipal. Acompanhei de perto e colaborei pessoalmente com os dois últimos candidatos do Partido Social Democrata, o deputado Luis Rodrigues e o prof. Manuel Pires. Pessoas experientes, conhecedoras do funcionamento das instituições e da realidade sócio económico do Seixal, e creio que também eles gostariam de ter tido um acesso facilitado, e regular, aos dados de que necessitaram para a construção de politicas e a apresentação de propostas para o nosso concelho. Porque na verdade, alegadamente, para além da nomenklatura do PCP, que não foi eleita pelos cidadãos do Seixal, ninguém consegue penetrar a opacidade que caracteriza o funcionamento da máquina burocrática em que se tornou a Câmara Municipal. Pode alguém dizer, com segurança, quantas pessoas trabalham nos serviços da autarquia? E quantos recebem regularmente um salário, avença ou outra retribuição pelos actividades desenvolvidas para esta entidade? Como está a situação da C.M. Seixal junto à Caixa Nacional de Pensões, e se foram feitas as devidas provisões para a garantir o futuro das centenas de funcionários que em breve estarão reformados? Quantos imóveis e prédios constituem o património da autarquia, em que estado se encontram, de que forma estão a ser rentabilizados, quanto valem? Qual o montante dispendido pela autarquia em rendas de imóveis? Qual o valor estimado dos projectos anunciados ciclicamente, e regularmente adiados? Quanto despende mensalmente a autarquia com fornecedores? Qual é a percentagem de rendimentos que a autarquia despende para o seu funcionamento? Qual a percentagem que liberta para prestar serviços aos munícipes? Podíamos também falar de qualidade, da busca da excelência, mas esse tema não cabe aqui. Estamos a falar de algo que em tempos de crise como este, numa fase em que muitas instituições tidas por credíveis faliram, é essencial para que os cidadãos possam confiar no sistema. Isso é simplesmente o dinheiro, o nosso dinheiro que é transferido para a autarquia através de impostos, contribuições e taxas, e que temos o direito de saber como é gerido e aplicado, e com base em que critérios. O que não tem sucedido no nosso concelho, onde o mesmo partido governa ininterruptamente desde a fase das comissões administrativas. Não estamos a pôr em causa a gestão da agora CDU, nem a legitimidade das contratações, nem o desempenho dos funcionários. Pretendemos apenas, como é legitimo, ético e legal, estar a par do que foi feito durante todos estes anos. É do interesse do gestor demonstrar publicamente a bondade da sua gestão, os objectivos que cumpriu e valia da sua estratégia. Trinta anos de poder isolado não deram segurança ao PCP para abrir os livros e mostrar as contas? De quanto tempo precisará mais? Posto isto, aproveito este período estival de reflexão para propor ás restantes candidaturas que em nome da transparência e boa governação no nosso concelho façamos um pacto: a exigência da instauração de uma auditoria às contas da Câmara Municipal do Seixal, a realizar por uma entidade externa seleccionada num concurso internacional. Os resultados dessa auditoria, a realizar nos primeiros seis meses a seguir ás eleições serão tornados públicos. Desta forma, poderemos aquilatar qual o estado do nosso património municipal e aferir da bondade das politicas que nos tem sido apresentadas nos últimos trinta anos como as melhores para o desenvolvimento do nosso concelho. Estou certo que o resultado será enriquecedor para todos nós.

segunda-feira, agosto 03, 2009

Um momento Feliz






Embora de férias, não quero deixar de manter o blogue activo e, farei um esforço no sentido de o ir alimentando com posts e comentários dos seus leitores.

Esta foto tem uma história curiosa, mas antes de a contar, gostaria de compartilhar com vocês a minha relação com o Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Fernão Ferro.



Conheci o Carlos Pereira quando fui Director do Centro de Emprego do seixal.


Desde logo simpatizei com ele. Percebi que queria fazer algo pela sua freguesia, e embora muitas vezes discordasse da forma e do conteúdo, de muitas das suas políticas e do modo como Fernão Ferro está e, sobretudo, como não está, não podia deixar de simpatizar com o indivíduo.Quando comecei a aparecer publicamente, contestando o seu trabalho (e entendo que há muito para contestar) conheci um outro Carlos Pereira, menos tolerante, quase vingativo.


O ano passado, deixou inclusive uma nota para mim no stand do PSD nas festas de FF, apenas porque o PSD mostrava o que de mal estava a ser feito na freguesia. Questionava o que o PSD tinha feito. Respondi-lhe à letra, num artigo de opinião, que na altura deu muito brado na freguesia.



Numa Sessão da Assembleia Municipal a seguir a esse episódio, onde ele também tem assento na sua qualidade de Presidente de uma J.Freguesia, quando passei por ele fui cumprimentá-lo como habitualmente, mas quando lhe estendi a mão ele hesitou e respondeu-me: "não sei se o deva cumprimentar" ao que lhe respondi que "só o fazia se quisesse, mas que desse à política a importância que ela tem" ele estendeu-me a mão e a partir daí temos tido uma excelente relação pessoal, sem embargo de eu ter sido, e continuar a ser, um adversário político e grande promotor da extraordinária lista que o Franklin Vinhas tem para a Freguesia.



Conto isto, em primeiro lugar porque é tudo público e, em segundo, porque este ano quando estávamos a fazer a habitual arruada pelas festas de FF, cruzei-em com o Carlos Pereira que, de máquina fotográfica na mão, foi desafiado por mim a tirar uma foto ao grupo do PSD e depois a enviar-me.


vi-lhe a hesitação no rosto, uma vez mais , mas a humildade com que se predispôs a tirar-nos esta foto, ele próprio, a encarregar-se para que ma enviassem, desarmou-me por completo.



Carlos Pereira, naquele momento não ganhou um eleitor, por tudo o que atrás disse, mas concerteza ganhou alguém que apreciou bastante o seu gesto e, que assim continua a acreditar que a política não são só golpes baixos.



Agradeço-lhe desta forma. Algo me diz que alguém o fará ler este post. Um abraço para si.