Piadas à parte, ou excessos de linguagem próprios de quem passa os dias com as operadoras de televisão atrás e às vezes saem-lhes uma destas, diga-se a verdade que efectivamente Pedro Santana Lopes tem razão.
Sejamos claro, a matriz socialista está morta e enterrada neste Partido Socialista.
À semelhança do que se está a passar actualmente no PSD em que o partido vai definir mais do que uma liderança, um estilo mais popular ou mais tecnocrático, o PS teve há uns anos a mesma discussão entre o socialismo puro e duro, com Manuel Alegre e um socialismo soft, tipo capitalista, liderado pelo Eng.º Sócrates.
Como todos sabem ganhou este último, adepto do PowerPoint, das políticas simplex, mesmo que depois não funcionem (vão a uma Conservatória e perguntem aos funcionários), mas que são giras para a fotografia, a política da imagem, do desportista que faz o seu jogging matinal, mas fuma o seu cigarrinho escondido no avião; Essa política, como sabem ganhou. O grave nem é ter vencido, mas com essa política o Estado social ou Estado-Providência foi completamente abandonado. Temos agora o Estado que fechou o interior e as pequenas aldeias para balanço. Que apenas visa o lucro e governa só para os grandes empresários. Que privilegia os lobbys das OTAS, Alcochetes ou TGV´s a qualquer política social. Que a um aumento desgovernado dos combustíveis assobia para o ar, tanto tempo e de tal forma que todos nós estamos a ficar surdos.
Não oiçam o que o vosso fundador disse (Mário Soares) e que Manuel Alegre disse esta semana nos Açores e depois chorem...o pior é que até vocês chorarem, já puseram o País todo a chorar
Como sempre tenho dito, recuso-me a aproveitar uma morte para fazer política. Mas como também tenho dito, cada acto político há-de ter consequências. De outra forma não faria sentido. Estou particularmente à vontade porque, depois de ter sido alertado pela blogosfera local de uma situação que colocava em risco a segurança pública (estou a falar da insegurança gerada pela retirada das redes na zona das antigas oficinas da Câmara, por responsabilidade desta última), comecei por apresentar um requerimento ao Sr. Presidente da Câmara Municipal a informá-lo e, depois apresentei na Assembleia Municipal uma Moção a tentar alertar os eleitos locais e, ainda, tentar alterar a forma como a Câmara estava a actuar. A resposta que a CDU me deu deixei-a escrita no meu blogue, no dia 2 de Março de 2008. muito antes destes trágicos acontecimentos. Dizia o seguinte:
“Mas, como todos sabem, resposta é uma miragem a que um dia poderemos aceder e, aquando da apresentação da moção, depois da inevitável defesa da posição do Grupo Municipal da CDU, que de tão parcial até veio reclamar que nada se passava, tivemos uma intervenção do Sr. Presidente da Câmara que, como é habitual, nada de objectivo responde (sempre que não lhe convém, está bom de ver) e a seguir assistimos a uma das defesas mais incríveis que já ouvi apresentar até hoje. Senão vejamos, o Sr. Vereador da tutela, Carlos Mateus, não se mostrou arrependido da decisão tomada e afinal, pasme-se, sabia perfeitamente da insegurança a que votou aquela zona, pois ele próprio assumiu que os 3 (três) seguranças que asseguravam (?) a guarda da zona já não o conseguiam fazer, temendo pela sua própria integridade física e a rede protectora inclusive já estava danificada por terceiros, "pelo que assim foi muito melhor, poupou-se dinheiro e até se aproveitou o que restava da rede".
Poupou-se cerca de € 10.000 mensais ao erário público, numa zona que a breve trecho dará origem a mais um empreendimento.
Pergunto: Se nem com os seguranças (3) e com a rede (que havia de ter algo de dissuasor, digo eu) a Câmara Municipal mantinha a segurança na zona, defendendo o seu património e a integridade física dos residentes, abandonando o local (que recorde-se apenas fica inseguro porque deixa instalações degradadas e óptimas para actividades ilícitas), quem se responsabiliza se durante este hiato de tempo acontecer ali alguma tragédia? Argumentaram. Ainda contra-argumentei, em nome do PSD, mas nada. A CDU fez o que faltava. Chumbou a proposta. O resultado está à vista. Pior: conforme disse na altura: quem nos garante que esse cenário não se repete? Quem me responde?
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