sábado, dezembro 29, 2007

VEIGUICES

Em época de festas, publico hoje um texto que está na Revista "O praticante" e que está a ser distribuída no concenho do Seixal desde sexta-feira passada.
Para a semana, depois do ano novo prometo voltar com as moções e requerimentos apresentados na última Assembleia Municipal.
A propósito do último requerimento aqui publicado, nem a Câmara nos respondeu, nem a CCDR se dignou a fazê-lo. Depois queixam-se que só ouvimos uma parte...
Boas Festas!

Vamos então ao artigo:

Se há uma coisa que me faz confusão no ser humano é a incoerência. Se há coisa que eu aprecio é o futebol. Se há coisa que o futebol tem é dirigentes incoerentes e mesmo os seus adeptos o são. Logo, estou a ser incoerente, pois adoro o futebol e o seu mundo. Talvez esteja, mas não mudo a minha opinião: O Futebol é um desporto extraordinário que aproxima culturas, estratos sociais, povos, etnias, escalões etários, raças e credos religiosos. Vem isto a propósito do novo livro de José Veiga. Ora, se há pessoa que tem pautado a sua conduta profissional pela incoerência, ingratidão até, esse alguém tem sido José Veiga. Senão vejamos, enquanto dirigente de uma filial do F.C. Porto, na Suiça, contou com a amizade e reconhecimento do Presidente do F.C. Porto e arrancou para uma carreira de empresário de futebol, que naturalmente graças aos conhecimentos proporcionados por este e pelo F.C. Porto (e também pelo seu talento, reconheça-se), trabalho e sorte, o guindaram ao mais alto patamar em termos de agentes de futebol (agentes FIFA). Chegou mesmo a ser considerado o mais influente empresário de futebol do mundo. Estatuto que culminou com a maior transferência de então em termos mundiais ao agenciar a transferência do Figo do Barcelona para o Real Madrid, sendo igualmente a transferência mais mediática de sempre. Mais tarde Figo acabaria por o despedir, sem nunca invocar os motivos por que o fez.
Diz-nos a história que se zangou com Pinto da Costa, a tal ponto que o seu sócio, filho daquele, nunca mais falou com o Pai. Há, ou houve, mesmo processos em tribunal, como consequência desse desentendimento. Como não sei mais do que o que li na altura, não me cabe avaliar a quem assiste a razão. Certamente que cada parte terá as suas. Não me cabe a mim censurar o facto de José Veiga e os seus sócios terem tentado fazer valer os seus direitos em tribunal. Afinal de contas é para isso que eles servem e quando nos sentimos lesados, devemos agir em conformidade tentado ser ressarcidos, precisamente no Tribunal.
Agora o que condeno é que publicamente pessoas que devem parte substancial do seu êxito a terceiros, os venham confrontar publicamente, tornando-se mesmo como seus inimigos declaradamente assumidos. Não chegava ao Sr. José Veiga ter intentado o processo a que se sentia ter direito? Não teria agido como um senhor? Infelizmente não o fez.
Pior, instrumentalizou o Benfica numa cruzada pessoal, que eu sempre condenei, pois se quero dirigentes a defenderem o meu clube, também os quero a dignificá-lo. Durante o tempo em que o Sr. José Veiga esteve no Benfica e sempre que usou o Benfica nas suas “Vendettas Privadas” contra Pinto da Costa e o F.C. Porto sempre me opus a que o Benfica se aproveitasse desse facto e simultaneamente fosse instrumentalizado por ele.
Mas, a ideia que tenho é que independentemente dessa situação, o Sr. Veiga foi um profissional sério e competente (umas vezes mais do que outras) e que foi superiormente defendido pelo Presidente do Benfica, Sr. Luís Filipe Vieira, que o defendeu quer em termos profissionais, quer em termos pessoais.
Por isso reforço o meu lamento pelo facto de esse senhor vir agora aproveitar-se do mediatismo que o clube que o empregou provoca, e não do seu próprio, renegando quem lhe deu a mão e manchando a imagem quer desses dirigentes, quer do próprio clube, ainda que indirectamente. Diz o povo na sua sábia sabedoria empírica que “não devemos cuspir no prato de onde comemos ou do que nos deu de comer” e é isso que o Sr. Veiga está a fazer. Pior, é isso que diariamente e nos vários quadrantes da vida vejo pessoas a fazerem. Pena é que a comunicação social, sedenta de assuntos polémicos dê cobertura a esta gente.

3 comentários:

Anónimo disse...

Infelizmente existem casos semelhantes não só no futebol, mas como bem diz, encontramo-los no nosso dia a dia. É lamentável!

Anónimo disse...

Blogue a-sul sem acesso, logo hoje que destacava pela positiva e pela negativa a blogosfera local.

Anónimo disse...

Já tinha lido este seu artigo na revista "o praticante", está com uma apresentação fantástica.

ALFA