segunda-feira, maio 14, 2007

TUDO A NÚ

De agora em diante editarei alguns dos primeiros textos que escrevi no já extinto "Notícias do Seixal". Tudo começou em 2004, era eu director do Centro de emprego e aceitei o convite com a condição imposta pelos meus superiores hierarquicos de não falar sobre emprego e formação e tentar não assumir posições políticas marcantes, o que cumpri enquanto exerci esse cargo.
Deixo-vos com o primeiro artigo publicado. Espero que gostem:

"TUDO A NÚ"

Quando recebi o honroso convite para fazer parte do painel de colunistas deste novo projecto jornalístico a primeira coisa que me ocorreu foi a responsabilidade inerente que passaria a enfrentar.

Confesso, sou um “jornal-o-dependente” assumido. Poucos títulos me escapam, desde os semanários de referência até ao jornal desportivo diário. Claro que não abdico do jornal diário da praxe, da minha revistazinha semanal, que os jornais regionais são passados a pente fino e que, confesso, até espreito um pouco envergonhado as revistas ditas “cor-de-rosa” , ou seja, não há bocadito de papel de imprensa que me escape.

Cresci, instruí-me a aprender muito com os jornais. Luto com o escasso tempo disponível para lêr aquele “artigozinho” que me despertou a atenção e que guardei religiosamente para o fim e, quase sempre, para o fim do dia. Aliás, eu leio os jornais de trás para a frente, porque regra geral os artigos em destaque estão nas primeiras páginas.

Bom, penso que já convenci aqueles leitores que têm a bondade de me continuar a ler que sou, de facto, um “jornal-o-dependete”, o que me leva à questão de fundo: como prender um leitor num artigo de opinião?

Diria que se fosse um Marcelo Rebelo de Sousa, um Santana Lopes ou um Miguel Sousa Tavares, que para além de serem comentadores de fundo, são referências nacionais e podem dar-se ao luxo de escreverem na “Bola” ou no “Público” que são atentamente seguidos, bastaria ao caro leitor saber o autor da escrita para logo se interessar pelo seu conteúdo.

Agora, este pobre coitado, porque é um leitor assíduo de jornais, sabe que, ou fala sobre algo polémico, ou pouco ou nenhum interesse pode cativar nos seus estimados leitores.

Daí este título, em claro plágio com uma estação de televisão que vendo a concorrência a atingir índices de audiência para si preocupantes encheu o País com cartazes em clara publicidade enganosa com esta frase. Porque o fez, pergunta o estimado leitor? Porque está comprovado (não sei se cientificamente, ou não) que o Nú vende.

Certamente o leitor já depreendeu que voltou a cair no logro, pois de nu este artigo não fala nada, mas confesse, o título seduziu-o, não foi? ao que vos direi que apenas o fiz por brincadeira, mas o que verdadeiramente pretendi foi dizer-vos que um artigo de opinião não é um título pomposo, não é aquele em que alguém apenas debita “chavões”, ou feito por “um compilador de opiniões”, mas sim aquele que nos conta uma história, fala sobre a vida, passa-nos uma vivência, ou uma opinião.

Amigos, eu sou esse, quero ser esse que vos promete falar sobre temas da actualidade, do nosso concelho, do nosso país, ou até, quem sabe, da sua história.

Este título visa também titular um contrato que quero assinar com todos vocês, tratar todos os assuntos sem tabús, sem estarem enfeitados com preconceitos, com lindas roupagens, mas que escondam a sua verdadeira essência. Eu assumo agora, vocês cobrarão depois: todos os assuntos que levarem a minha assinatura certamente que estarão TODOS A NÚ!

Nota actual: para quem me tem acompanhado, penso que cumpri a promessa! Tenho deixado "todos os assuntos a nú", ou será que não?

1 comentário:

Anónimo disse...

Meu caro, tens cumprido e de que maneira, honra te seja feita. Tudo completamente a NÚ.

O artigo está girissimo, uma forma simpática e gira de cativar o leitor, e não tenho qualquer dúvida de que o conseguiste, com todo o mérito.

Ana Clara