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Viviam numa zona pacata, em duas moradias paredes-meias. De repente, perceberam que tudo vai mudar. Os seis membros da família Silva vão partilhar o seu terreno com o IC32.
A vida de Jesuína Silva mudou do dia para noite a 12 de Maio de 2009. Foi surpreendida pela presença de dois topógrafos à porta de casa, no Seixal. Ficaria a saber que o novo traçado do Itinerário Complementar 32 (IC32) - onde se circulará a 120 quilómetros/hora, à ordem de 20 mil carros/dia - iria passar-lhe a cerca de cinco metros da moradia. Depois, soube que seria também expropriada em 16 metros quadrados do seu quintal. Bateu a várias portas, mas concluiu que já não vale a pena tentar travar o projecto. Exige agora a completa expropriação para poder comprar uma casa nova "longe do pesadelo".
A reivindicação é partilhada pela nora Sílvia Bento e pelo filho Maximiano Silva, que habitam numa outra casa, paredes-meias com a de Jesuína, na Avenida da República, em Pinhal de Frades (Seixal), justamente nos últimos edifícios da área urbana consolidada.
O tempo escasseia quando se perspectiva que as obras arranquem até ao final do ano, para que a via abra ao trânsito em 2013.
"Quem é que vai poder viver aqui?", questiona revoltada Jesuína Silva, cuja actualização da certidão da casa já exibe menos 16 metros quadrados.
"Sabíamos que iria passar uma estrada na zona, mas era lá ao fundo, como prova o Plano Director Municipal (PDM). Em 2000 colocámos o projecto de construção da casa na câmara, obtivemos a licença e ficámos descansados", alerta a moradora. Com efeito, o PDM de Seixal previa que a auto-estrada - com 22 quilómetros entre Coina (Barreiro) e Funchalinho (Almada) - passasse a dezenas de metros das habitações, apontando para a construção de espaços verdes entre a via e os imóveis.
A Estradas de Portugal justificou a alteração do traçado com o facto de a auto-estrada necessitar de uma curva menos acentuada, que só seria viável encostando o máximo possível o IC32 às casas da família Silva, onde vivem seis pessoas.
"Ficámos depois a saber que querem pôr aqui um muro de betão e uma rede, que nos vão deixar emparedados", refere Sílvia Bento, alertando que como entre as moradias e a auto-estrada não existe espaço para fazer os taludes, o objectivo do muro, que terá cinco metros de altura, é reter as casas.
"Já contactámos a própria Câmara do Seixal, que devia ter aqui uma palavra importante, mas nem aí tivemos ajuda", lamenta, asseverando que não quer continuar a viver ali. "Além do barulho, estaremos a correr perigo de vida", insiste, disponibilizando-se, tal como Jesuína, para ser expropriada caso o Estado lhe pague mais de 300 mil euros.
"A casa tem sete anos e 200 metros quadrados. Vivo a três ruas da escola da minha filha", sublinha, quando, segundo Maximiano Silva, a questão sentimental, que no início mais agarrou esta família ao local, "já não vale de nada. Basta que nos paguem e já podem fazer o que quiserem", refere, embora não esteja a ser fácil negociar com a Estradas de Portugal. A empresa alega que as moradias não estão no espaço canal. Um braço-de-ferro que levou esta família a "decorar" a fachada da casa com letreiros que denunciam o desespero.
A notícia completa pode ser vista aqui. Imagens e texto retirados do DN e DN online.
2 comentários:
O que a Estradas de Portugal e a Cãmara estão a fazer a estas familias é uma vergonha.
Valha-nos autarcas como o senhor para nos defender.
Já sei que vão dizer que lá vêm os defensores do vereador Paulo edson, mas a verdadé tem de ser dita. Doa a quem doer
Antes criticar, vejam bem se o projeto e suas alteracoes nao foram feitos numa altura de governo (central) PSD ou PSD-CDS. Convem verificar..
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