terça-feira, novembro 08, 2011

Seixal: Pinhal da Palmeira há décadas à espera de luz e água

Uma notícia na sequência da minha intervenção na última Reunião de Câmara e de uma visita que fiz ao local em reunião com a Associação de Moradores:















 

A Associação de Moradores e Proprietários do Pinhal da Palmeira, na freguesia de Fernão Ferro, Seixal, dizem que travam "há décadas" uma luta para conseguirem ter "condições mínimas de vida": eletricidade, esgotos e água canalizada.

O presidente da associação, Orlando Santos, disse à Lusa que a urbanização clandestina, que começou a ser construída nos anos de 1960, tem 170 moradias, todas sem saneamento básico, e entre 20 e 30 sem eletricidade.
"As casas têm fossa, tiram água de um furo ou de um poço e as que não têm eletricidade amanham-se como podem", afirmou, explicando que "o facto de este terreno estar integrado na área de servidão militar do Depósito de Munições da NATO bloqueia a sua reconversão urbanística".
Para Orlando Santos, "a questão das infraestruturas básicas é também uma questão de saúde pública": "Não sabemos em que condições está a água que as pessoas estão a consumir. Algumas análises indicam que nem para cozinhar serve", afirmou.
Os moradores consideram ainda "preocupante" que metade da rua principal da urbanização não tenha iluminação pública: "Têm sido cada vez mais frequentes os episódios de distúrbios, há prostituição e tráfico de droga naquela zona", acrescentou.
Na última reunião de câmara, em resposta às questões levantadas pelo social-democrata Paulo Edson Cunha sobre este assunto, o vereador para o Urbanismo, Jorge Gonçalves (CDU), afirmou que "o problema só pode resolver-se quando for viabilizado o processo de conversão urbanística daquele terreno".
"O PCP apresentou na Assembleia da República em setembro um projeto de resolução que recomenda que o grupo de trabalho criado em 2004 para este efeito retome o trabalho que estava a fazer e essa é, na nossa perspetiva, a questão central", acrescentou.
Há ainda uma outra preocupação na carteira de reivindicações destes moradores. A alternativa à Estrada Regional 378, que liga Seixal e Sesimbra, que a câmara vai construir, "vai exigir a demolição de entre 50 a 60 habitações". Orlando Santos explicou que "aquilo que se pretendia era um desvio de apenas 100 metros, que, apesar de passar por uma zona de Reserva Ecológica Nacional, não será nada significativo nem prejudicial".
Em suma, resumiu, "estão em causa coisas muito simples que para os moradores fariam toda a diferença".


3 comentários:

Patrícia Pedrosa disse...

Paulo Edson,

chamo-me Patrícia Pedrosa e sou jornalista da RTP, programa Portugal em Direto. A RTP gostaria de fazer uma reportagem sobre este assunto, mas até agora não foi possível encontrar o contato da Associação ou do seu presidente, Sr. Orlando Santos. Será que o Paulo me poderia facilitar estes contatos? Obrigada pela atenção, Patrícia Pedrosa

Anónimo disse...

Para quem não sabe, a área a que se chama hoje, Pinhal da Palmeira, foi traçada e loteada no inicio dos anos sessenta,mantendo-se nos dias de hoje semalhante.A povoação de Fernão Ferro situava-se junto ao chafariz que agora se encontra no traçado da estrada antiga.
Pelo que se sabe hoje o depósito de munições da Nato,está desativado, sendo a area do Pinhal da Palmeira contigua á zona de lazer dos militares (piscina ao ar livre, veados...)
Poderá a área de servidão Militar ficar delimitada pela vedação das instalações militares existentes?
Poderá, aliás, já em outras zonas tal acontece.Haja vontade Politica.

Anónimo disse...

Estará a C.M.Seixal empenhada efectivamente na resolução desta situação pelos vistos já com 50 anos? pelo que se sabe faz um jogo dubio, entre o interesse e o alheamento. A SOLUÇÃO/RESOLUÇÃO desta situação passa pelo interesse efectivo da referida Camara, que como tantas vezes afirmam ser defensora intransigente dos anseios das seus municipes.