terça-feira, março 16, 2010

O "Bullying" como um problema social dos nossos dias

Na advocacia nem sempre podemos aceitar causas em que acreditemos.

Nem sempre estamos do lado dos "bons contra os maus".

Temos um trabalho para fazer, diria até que uma função social a cumprir e a deontologia profissional e a consciência de cada um faz o resto.

Pessoalmente tento aceitar apenas causas em que acredite e que me motivem a lutar por elas. Não o digo que o fiz sempre, mas que persigo esse objectivo, isso tem sido um facto.

Foi por isso com especial satisfação que aceitei defender os Pais da Beatriz e a própria Beatriz neste caso de "Bullying" que ela está a viver.

Claro que apenas divulgo este facto por o mesmo ser do conhecimento público. Está nos jornais, na televisão, na rádio.

É precisamente a notícia retirada do sítio da TSF que vos deixo, apelando a uma reflexão sobre o tema, a a que prometo voltar.

A actuação da escola (das escolas), dos seus responsáveis, dos alunos, colegas, funcionários, tudo deve ser pensado num quadro global.

Eis a notícia:











"Os pais foram chamados, esta segunda-feira, à comissão de protecção de menores do Montijo para responderem à queixa feita pela própria escola, que só agora sinalizou o caso.

Seis meses depois de a TSF ter relatado a situação da Beatriz, uma aluna com 14 anos vítima de bullying na Escola Secundária Jorge Peixinho, no Montijo, a jovem vai começar esta terça-feira a ser acompanhada por um psicólogo.

Os pais de Beatriz foram, esta segunda-feira, chamados à Comissão de Protecção de Menores do Montijo para responderem à queixa feita pela própria escola, que só agora veio sinalizar o caso da criança.

O advogado de Beatriz e dos pais estranha que a queixa da Escola Secundária Jorge Peixinho junto da comissão de protecção de menores do Montijo tenha sido feita quase seis meses depois da primeira agressão física à jovem.

Paulo Cunha também não entende o argumento principal em que a escola sustenta os indícios de que Beatriz estará em risco. «A causa do processo não são os maus-tratos», mas «a declaração dela à SIC», quando disse que «tinha algumas brigas com os pais».

Durante o prazo máximo de seis meses, a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens do Montijo vai acompanhar a família para saber se a queixa da escola tem ou não fundamento, acrescentou.

A última agressão a Beatriz aconteceu há quase um mês à porta da escola e desde aí a pressão abrandou, mas só esta terça-feira é que a adolescente começa a ser acompanhada por um psicólogo, conforme prometido na semana passada pela Direcção Regional de Educação de Lisboa.

Contactado pela TSF, o director da escola não quis alongar-se em comentários, remetendo esclarecimentos para a Direcção Regional de Educação de Lisboa.

No entanto, depois de muita insistência, José Evangelista explicou que a escola não fez qualquer queixa contra os pais, limitando-se a sinalizar a menor, que pode estar em risco por duas ordens de razão.

Segundo o director da escola, a adolescente pode estar em risco por aparecer envolvida em três processos disciplinares em seis meses e ainda pela mediatização continuada a que tem estado sujeita e que lhe poderá provocar instabilidade emocional."

Sem comentários: