quinta-feira, dezembro 31, 2009

2009 - Crónica de Uma Morte Anunciada




Crónica de uma Morte Anunciada (título original em espanhol: Crónica de una muerte anunciada) é um livro de Gabriel García Márquez publicado em 1981 (mais tarde levado para o cinema por Francesco Rosi).  A obra conta, na forma de uma reconstrução jornalística, a história do assassinato de Santiago Nasar pelos dois irmão Vicario.

Acusado por Ângela Vicário de tê-la desonrado, o jovem Santiago Nasar é morto a facadas pelos irmãos de Ângela, os gêmeos Pedro e Pablo. Toda a localidade fica sabendo antes da vingança iminente, mas nada salva Santiago de seu trágico destino, anunciado logo à primeira linha do romance.

No Seixal, houve alguém que já anunciou a morte de uma juventude partidária.
Sabe-se que também aí houve desonras, vinganças e que o assassinato (a tentativa, já se vê, pois é um assassinato virtual) é conhecido de todos, só não sabemos é se é um crime (na forma tentada) passional, ou não.

Quem sabe se algum conhecido escritor se encarrega de fazer uma crónica desta epopeia, ou se é apenas um romance de cordel congeminado em certas "cabecinhas".

O que vos posso anunciar com pompa e circunstância é que 2009 está a "morrer" para dar lugar a 2010. Não é que vocês não saibam, mas é sempre bom recordar.

É assim o ciclo da vida a cumprir o seu papel. Mais logo, todos nós comeremos 12 passas ao som das 12 badaladas, renovando promessas (algumas feitas precisamente há um ano, mas esquecidas durante precisamente todo o ano, para serem agora recuperadas).

Para todos só posso desejar para 2010 o mesmo que desejo para mim, ou seja, saúde, amor, amizade, harmonia,  trabalho, emprego, fim da crise económica e, pensando bem, uma coisa nem todos devem querer (mas seguramente quase todos) - o Benfica campeão!

sexta-feira, dezembro 25, 2009

Boas Festas



Que este Natal, vos tenha proporcionado, e continue a proporcionar, neste período festivo e familiar, tudo o que de bom a vida nos reserva - saúde, amizade, amor e... muitas prendinhas no sapatinho.

Boas festas a todos os leitores deste Blogue

domingo, dezembro 20, 2009

Será desta?

Sexta foi a Assembleia Municipal onde as GOP´s para 2010  foram aprovadas com o voto contra da oposição (de quase toda).

Amanhã, de  manhã, sessão de Câmara Municipal e à noite, Assembleia Freguesia de Fernão Ferro.

Será desta que sai fumo branco?

Eu, o Benfica e o coração

Hoje, dia de clássico, "Benfica.Porto", sem embargo de alguma preocupação pelo estado do tempo, deixando os serviços de protecção civil em alerta, o coração, a partir das 20h quase parava com tanta emoção.

Foi por isso com muito prazer que ouvi o meu grande amigo, Dr. Armando Serra Coelho, insigne cardiologista do burgo a antever o jogo e as repercussões do futebol no coração, ou vice-versa em plena Sport Tv, onde foi convidado especial.

Deixo-vos, para recordar, uma homenagem que lhe fizemos em tempos, a propósito da temática do  coração, da amizade, da alegria..

Ora vejam: 

http://pauloedsonc.blogspot.com/2008/07/ter-amigos-faz-bem-aocorao.html

Uma boa semana natalícia para todos

terça-feira, dezembro 15, 2009

"Um outro olhar sobra as GOP 2010" - Comente para o "Comércio..."

Esta semana na crónica habitual que escrevo para o "Comércio do Seixal e Sesimbra" e cujos comentários selecionados serão publicados no jornal que sai na sexta-feira, faço uma dissertação sobre as GOP de 2010, diferente da leitura mais política e institucional feita na semana passada em plena Sessão de Câmara Municipal e reproduzida neste Blogue. Assim:

O despesismo das GOP 2010


Prestes a ser aprovada na próxima Assembleia Municipal de sexta-feira, é altura de olhar, e dar a conhecer a quem visita este blogue, alguns dos pontos mais “interessantes” das Grandes Opções do Plano para 2010.

Começa o Sr. Presidente da Câmara Municipal do Seixal, por se referir neste documento, “ao contexto de crise económica e social que se vive em Portugal há vários anos motivadas pelas políticas neo-liberais e financeiras que os sucessivos governos têm vindo a agravar” e por referir que o “município do Seixal há muito vem reivindicando um maior investimento do Estado, no que respeita ao Programa de Investimento e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central, cujas dotações que regularmente aí têm vindo a ser inscritos não têm reflectido as necessidades já por demais diagnosticadas na resposta à população do concelho, no quadro das competências do Poder Central.”

Nada que se preveja neste orçamento, onde está destinado o valor de 126 mil euros para a aquisição de uma tapeçaria de Manuel Cargaleiro para o novo edifício camarário.

Também não poderemos contabilizar como despesismo e política neo-liberal o gasto de 351.847 mil euros no boletim municipal do Seixal (embora este valor inclua duas vezes a impressão de 24 exemplares (???), a respectiva distribuição dos 48 exemplares e o mailing destes... Agora como é que um boletim quinzenal (24 exemplares por ano) se transforma em 48 exemplares é um mistério que procuro desvendar.

Outra despesa que pode ser um pouco difícil de engolir é a realizada com a Agenda Municipal, onde a Impressão, Distribuição e Expedição soma um total de 129.685 mil euros.

Também não se poderá falar em despesismo quando as mesmas GOPs referem um gasto de 9 mil euros para um “MANUAL DO UTILIZADOR DAS INSTALAÇÕES MUNICIPAIS” ou de 20 mil euros para publicações da Assembleia Municipal.

Tenhamos ainda em conta o valor “simbólico”  em rendas para o Edifício na Quinta do Outeiro.

O Sr. Presidente da Câmara Municipal  continua no seu discurso com a referencia à “drástica perda da capacidade produtiva do nosso país” e o cenário de reduzido investimento público.

E não deixa de falar no apoio à actividade das micro, pequenas e médias empresas, através da cooperação com as suas estruturas associativas.

Será esse o motivo que leva a Câmara Municipal a realizar um contrato de dois anos com empresa particular para a “Varredura Manual em Corroios e Fernão Ferro”, no valor de 150 mil euros?

Neste campo, será então de congratular também a Câmara Municipal do Seixal, por ter previsto, nestes GOP’s a aplicação de 51.236 mil euros para “CONTRATOS PARA INFORMAÇÃO/DIVULGAÇÃO”; mais 83.932 mil euros para “PROTOCOLOS COM RÁDIOS LOCAIS”, e ainda 38.986 mil euros para “INSERÇÃO DE PUBLICIDADE OBRIGATÓRIA INSTITUCIONAL”, quando sabemos as dificuldades com que a comunicação social local sobrevive.

Por este mesmo motivo, não poderemos falar de despesismo quando se considera que a Câmara Municipal irá gastar um total de 348.495 mil euros em PUBLICIDADE nas várias áreas de intervenção, que vão da Administração da Autarquia até aos Recursos Humanos, passando pelo Turismo, Orgãos de Apoio, Comunicação Social e Relações Públicas, Ambiente e Serviços Urbanos, Desporto e Equipamentos e Ecomuseu, embora em nenhum ponto seja referido quais os critérios de aplicação destes valores.

Outro ponto onde não se poderá falar de despesismo camarário será nos itens de SERVIÇOS DE DESIGN DE COMUNICAÇÃO (no valor de 22 mil euros), CONTEÚDOS PARA A INTERNET (5 mil euros) e para MATERIAIS DE INFORMAÇÃO E DIVULGAÇÃO (com a módica quantia de 45 mil euros) ou que irá gastar em CARTAZES, PROGRAMAS E MATERIAIS um valor de 25 mil euros.

E não podemos deixar ainda de referir os espectáculos que tanto agradam à população. Por isso se vão aplicar 80 mil euros no espectáculo dos 36 anos do 25 de Abril; 150 mil euros no 11º Festival de Jazz; 40 mil no Portugal a Rufar, ou 6 mil no Seixal Grafitti.

Por ultimo, não quero deixar de congratular a Câmara Municipal pelo compromisso que assume neste documento de, em conjunto com outras entidades, encontrar soluções que permitam o realojamento da população residente em Vale de Chícharos, bem como a revisão do Plano Director Municipal, que irá criar condições para o desenvolvimento do programa de realojamento do Bairro de Santa Marta de Corroios.

E outro ponto que saliento é o do valor a atribuir á 2ª fase da Qualificação da Ponta dos Corvos, esta no valor de 24 mil euros.

Voltaremos a este tema...

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Moção PSD na Assembleia Municipal

Esta moção de que vos dou conta foi apresentada pela bancada do PSD na última Assembleia Municipal.

Refira-se que vem na sequência dum mesmo documento apresentado na Assembleia da Republica pelo Sr. Deputado do PSD eleito pelo Círculo de Setúbal, Eng.º Luís Rodrigues.

Ora veja e tire as suas conclusões. Se quiser, comente.


MOÇÃO: CONSTRUÇÃO DO HOSPITAL NO SEIXAL

Decorridos mais de quatro anos da X Legislatura a construção do Hospital do Seixal não se concretizou. O processo desse equipamento hospitalar conheceu ao longo do mandato do anterior Governo avanços muito pequenos e, aparentemente, apenas assumidos por pressões políticas.

O Ministro Correia de Campos decidiu a construção do novo hospital após a realização de uma grande manifestação pública, tendo o processo estado parado desde essa data até quase à realização das eleições legislativas de 27 de Setembro.

Com o aproximar do final do mandato, o Governo elaborou o programa funcional que não incluía internamento, nem urgências, justificando esta opção com estudos técnicos. Como é evidente, conhecendo os problemas existentes nas urgências e nalguns serviços do Hospital Garcia de Orta não era razoável concordar com este programa funcional, que mais parecia destinado a construir um grande centro de saúde.

Assim, mais uma vez após grande contestação pública, durante a pré campanha para as eleições autárquicas e legislativas, a nova Ministra da Saúde, Ana Jorge, aprovou o novo programa funcional, agora incluindo internamento, bem como as respectivas urgências, não tendo o Ministério apresentado qualquer justificação técnica para esta alteração (positiva e necessária).

A 26 de Agosto de 2009, é assinado entre o Estado Português (Ministério da Saúde) e o Município do Seixal o Acordo Estratégico de Colaboração para o Lançamento do Novo Hospital Localizado no Seixal, tendo-se tornado público que o equipamento deveria estar concluído durante o ano de 2012.

O Primeiro Ministro, José Sócrates, sobre a construção de equipamentos hospitalares, na apresentação do Programa de Governo na Assembleia da Republica no passado dia 5 de Novembro, disse:

"...estão hoje em construção seis novos hospitais – Braga, Cascais, Guarda, Amarante, Lamego e pediátrico de Coimbra. E esta operação sem precedentes de requalificação do nosso parque hospitalar vai prosseguir, com a construção dos hospitais de Loures, de Vila Franca, de Lisboa Oriental e do Algarve."

Estranhamente, o Primeiro Ministro não fez nenhuma referência à construção do hospital no Seixal.

Aparentemente, entre o que foi assumido pelo anterior Governo, com o mesmo Primeiro Ministro e com a mesma Ministra da Saúde, e o novo Governo, existe uma grande contradição, ou mesmo uma quebra do compromisso assumido, pois para que o novo hospital esteja concluído em 2012 tem de ser lançado o concurso em 2009, como aliás foi divulgado durante as campanhas eleitorais.

Assim, a Assembleia Municipal do Seixal reunida em 26 de Novembro de 2009 delibera:

1- Exigir que o novo Governo clarifique as afirmações do Sr. Primeiro Ministro relativamente à construção do Hospital a localizar no Concelho do Seixal, nomeadamente se está prevista a sua execução neste mandato;

2- Exigir que sejam cumpridas pelo novo Governo as datas de lançamento do concurso e conclusão da construção do novo equipamento hospitalar, para 2009 e 2012, respectivamente.

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DO SEIXAL, 26 de Novembro de 2009

Os Proponentes:

sexta-feira, dezembro 11, 2009

Intervenção do PSD na Sessão da Câmara Muncipal do Seixal realizada dia 10 Dezembro

Para vosso conhecimento, análise e eventual comentário:


DECLARAÇÃO DE VOTO


As Grandes opções do plano, constituem ferramentas imprescindíveis para uma boa gestão de qualquer município e devem traduzir as verdadeiras linhas mestras de orientação da vontade de quem exerce o poder em concretizar a obra, projectada e viabilizada pela via financeira.

Começo por referir que da análise dos documentos do Orçamento do Município do Seixal para o ano de 2010 e respectivas Grandes Opções do Plano (GOP's), verifica-se que se trata de mais um documento ficcional, à imagem do que este executivo históricamente já nos habituou. E é pena!

Crónica e insistentemente o PSD tem expressado a sua forte discordância com a política betonizadora que o executivo preconiza e fortemente assente em despesas com o pessoal, em detrimento duma aposta decisiva na qualidade de vida dos cidadãos e em obras de referência, que possam contribuir para essa sobredita qualidade de vida.

Lermos a introdução a estas GOP´s é entrar no “País das maravilhas”, filme tão repetidamente ensaiado que qualquer dia já nem aos seus realizadores convence.

Tal é o exercício ficcional, que se assiste, uma vez mais, ao crescimento previsto das receitas, quando ainda nem o nível de receitas esperadas para o ano de 2009 foi atingido, nem nada que se pareça.

Devemos assumir-nos, de facto, como um dos maiores concelhos do País, acompanhando o crescimento demográfico e o correlativo aumento das receitas fiscais com uma qualidade de vida compaginável com essas receitas.

E esse é o problema. As grandes obras de referência deste executivo ou são geradoras de más apostas económico-financeiras e, até, desequilíbrios estruturais, como sejam o Novo Edifício Municipal, com os encargos já tantas vezes discutidos e com a consequente desertificação da zona histórica do seixal, ou são impulsionadas pelo Estado, casos do Projecto do Arco Ribeirinho Sul ou os Projectos no âmbito do QREN ou dos Programa PARES, ou ainda a Loja do Cidadão e também o Hospital, embora este para mais tarde.

A este propósito não quero deixar, ainda assim, de referir que do mal o menos, ou seja, critica-se a falta de iniciativa deste executivo para as grandes obras de referência promovidas e executadas apenas pelo executivo, mas não se deixa de elogiar a capacidade que este executivo tem demonstrado de tentar aproveitar projectos que não são por si dinamizados, embora em muitos desses casos sejam por si sugeridos e até longamente reclamados.

Esperamos que seja o ano em que finalmente possamos dizer que os efluentes são tratados a 100% no nosso concelho, dando razão a uma propaganda ilusória que o partido que suporta este executivo há tantos anos apregoa.

Já no que concerne ao PER é curioso que debalde todas as promessas da resolução urgente deste problema, estas GOP´s remetam a solução deste problema para a aprovação da revisão do PDM e, apenas para o bairro de Santa Marta de Corroios…

Parece que em matérias de prioridades estamos entendidos. Para o PSD este era um problema ultra-prioritário. Santa Marta e Vale dos Chicharros deveriam ser prioritários e, mais, urge reavaliar a situação pois estamos a falar de recenseamentos de 1997, portanto há mais de 10 anos, quando sabemos que a situação actual é muito mais grave.

Neste aspecto em como supra referi, uma palavra de congratulação para os novos equipamentos previstos no âmbito da Rede de Equipamentos Sociais, cuja concretização certamente ajudará a suprir muitos dos desequilíbrios que este atraso no âmbito do PER tem causado.

No âmbito da Acção Social Escolar, tema por diversas vezes debatido o PSD mantém que o executivo propõe medidas aquém do desejável e necessário. O número de Bolsas de Estudo é apenas uma pequena amostra das necessidades reais e entendemos que o Programa de Acção Social deveria ser ainda mais incrementado, embora neste aspecto louve-se o esforço do executivo nos últimos anos.

Dito por outras palavras, é tudo uma questão de opções. Quando optamos por festa menos dinheiro fica para o pão.

Privilegia-se com estas Gop´s, como sempre acontece, aliás, a transmissão de uma boa imagem do executivo, o show-off mediático, recorrendo a um valor absurdamente elevado com a comunicação social, e tratamento da imagem e ainda o recurso à obra que fica na memória e “enche a vista”, mas não aquela que efectivamente faz falta, ou seja, consigna-se a chamada obra do arranjo do buraco da rua, do passeio e da calçada à porta de casa, adiando-se sine die investimentos importantes que todos os anos constam orgulhosamente nas GOP´s como a já celebre piscina de Paio Pires, o Pavilhão Desportivo e o cemitério de Fernão Ferro, entre tantas outras anual e repetidamente mencionadas por toda a oposição.

E no orçamento deste executivo para este ano, à semelhança dos anteriores, as despesas fixas continuam a ter um peso excessivo e desiquilibrador no cômputo geral do orçamento.

É pois evidente, que numa situação em que o quadro global de despesas fixas tem um peso significativo, tal se torna extremamente limitadora de uma acção efectiva de realização de obra, tanto mais qualquer exigência financeira imediata, para fazer face a uma situação inesperada ou anormal, mas que exija uma resposta no momento, mais estrangula ou inviabiliza, tudo o que aos projectos de investimento diga respeito.

Tal facto mais se complica, quando a fasquia é colocada demasiadamente alta, pouco possível de ser atingida através de um sobredimensionamento orçamental, porquanto na sua concretização (ou melhor na sua não concretização) se tornar inviável o cumprimento das GOP que lhe serviram de base, tornando-se o relatório de actividades um exercício caricato, em que a execução anual das actividades mais relevantes ou dos PPI se ficam por níveis de realização extremamente exíguos e em que é difícil vislumbrar respostas concretas e adequadas em áreas consideradas de antemão como sensíveis e prioritárias face às necessidades e desafios que à Autarquia se colocam.

Destaque-se ainda, neste capítulo, a rubrica “venda de bens de investimento”, consignada com um valor de 21.669.166,00 euros, que no ano passado apresentava um valor de 5.50000,00 euros mais abaixo, mas cuja execução orçamental no último ano dos cerca de 16 milhões de euros previstos realizaram nem dois milhões. Pior, em anos anteriores o cenário foi igual

. Note-se, a este nível, que sendo a grande fatia desta receita resultado da venda prevista do antigo parque oficinal da Câmara Municipal, incluído no Plano de Pormenor da Torre da Marinha, a venda nesta altura desse património, não só apresenta valores irrealistas face à actual conjuntura do mercado imobiliário, como, a concretizar-se se, revelaria uma má opção do ponto de vista da gestão deste Município, como aliás já o ano passado o dissemos.

Ou seja, a análise da Prestação de Contas da Câmara Municipal do Seixal, no ano de 2009, veio comprovar quão fundamentadas foram as reservas que o Partido Social Democrata colocou aquando da apresentação das GOP e do Orçamento para esse orçamento, quer nos valores envolvidos, nomeadamente nas receitas, quer no conjunto de acções constantes das GOP, em especial as mais exigentes na aplicação efectivas de valores (despesas de capital) para que as mesmas se pudessem concretizar.

O irrealismo desse Orçamento está bem à vista, ainda assim registamos uma pequena preocupação de o tornar ligeiramente menos irrealista do que em anos anteriores.

A significativa descida da previsão da receita de impostos directos em 2 milhões de euros, vem provar à saciedade que o executivo finalmente percebeu que não se pode empolar eternamente esta fonte de receita e, neste caso até a desceu para valores, embora superiores ao que efectivamente se apurará, ainda assim menores do que o previsto em anos anteriores.

Atente-se nos números de 2009 e talvez se percebam melhor as nossas palavras e alertas. Em Novembro de 2009 apenas estão cobrados 26 milhões de euros dos cerca de 45 milhões de euros orçamentados.

No campo das despesas, saúda-se a significativa descida de despesas correntes de € 2.254.876,00 para a previsão de 725.895,00. Um bom indicador sem dúvida.

O mesmo não se pode dizer no que concerne às despesas com o pessoal, sobretudo os que estão em regime de tarefa/avença e com o pagamento de horas extraordinárias assumem pesos excessivos neste item.

O número de contratos de prestação de serviços na área do pessoal, continua a parecer-nos excessivo e extremamente elevado, quer tendo em conta a dimensão do Concelho, quer em função do actual quadro de trabalhadores da autarquia e da sua qualificação. Defendemos que as mais valias em termos de Recursos Humanos que a Câmara dispõe, devem ser integralmente aproveitados, dada a sua qualidade já amplamente demonstrada e que o recurso a este tipo de contratação externa, se deverá limitar e reduzir ao mínimo imprescindível e em casos em que se mostre ser única saída viável.

A educação Pré-escolar – Rede Pública, o Ensino Básico e Secundário, a Habitação Social, a Acção Social, as Novas Tecnologias e algumas vertentes da Cultura, são exemplos paradigmáticos desse facto.

Na verdade, em algumas destas áreas, o nível de execução já de si baixo, onde se ficaram por valores residuais tem mais a ver com o cumprimento de responsabilidades assumidas em anos anteriores do que em acções projectadas e programadas, assim como com o cumprimento de obrigações actuais e já referidas, nomeadamente no âmbito de programas como o PARES e do QREN.

Este ano voltamos a destacar e lamentar o facto de depois de se ter aprovado a aplicação de derrama, com o objectivo de responder a problemas de resolução urgente que obrigavam à obtenção de receitas que permitissem a devida acção mormente na vertente da Educação Pré-escolar – Rede Pública, e tendo-se verificado o enorme e extraordinário superar das expectativas com esta receita, as mesmas não terem, de facto, sido canalizadas para o cumprimento dos fins a que realmente se destinavam – a área da Educação e do Ensino.

São nas áreas em que a resposta aos problemas não pode nem deve ser adiada, porque ela se coloca, ao momento, face à pressão e necessidade da sua resolução que o munícipe exige, é que de facto se atingiram valores mais significativos e razoáveis do nível de execução, como sejam os casos do abastecimento de água, das redes de saneamento, dos resíduos sólidos, da energia e mesmo assim, em muitos deles com valores elevados de encargos a transitar.

O Desporto é outra área a destacar-se pela positiva em termos de nível de cumprimento aceitável.

Torna-se portanto urgente e inadiável ultrapassar este tipo de gestão musculada, nada respeitadora do planeamento realizado, demasiadamente improvisada, e que deriva claramente da constatação de existirem custos fixos suficientemente elevados, em termos de orçamento real, para que seja possível levar a cabo uma gestão equilibrada e ponderada, baseada num trabalho efectivo correspondente a um investimento que é concreto, exequível e atempadamente programado.

Assim tendo em conta os pressupostos que sobre os documentos tive ensejo de analisar, o Vereador eleito pelo PSD neste fórum, vota contra as Grandes Opções do Plano e o Orçamento do Município do Seixal para o ano de 2010.

sábado, dezembro 05, 2009

XXº Cross Internacional da Amora






Terminada a primeira volta, o cansaço sobrepunha-se, embora o calor do público ajudasse. Optámos por desistir. O objectivo estava cumprido, tínhamos participado, suado, sujado literalmente todo o equipamento na lama, portanto havia que deixar os verdadeiros atletas correrem.

Mas curiosamente tudo isto começou antes. Na últmia sessão da Câmara, quando foi votada uma proposta do executivo a propósito desta prova, recordo-me de ter dado o meu voto favorável, ter elogiado a iniciativa (que já vai na XX edição) e de ter logo ali assumido o compromisso de participar, para estupefacção geral.

Já tenho feito meias-maratonas, provas de dificuldade bem maior, já subi a serra de Sintra numa prova de 17 kms, já efectuei as subidas da expo numa São Silvestre e nunca havia desistido.

Há que encontrar explicações. Naturalmente vou pedi-las ao executivo. Pouco importa que se tratasse de uma prova de corta-mato, a verdade é que o piso estava impraticável. Choveu durante toda a noite e, pasme-se, a CDU havia de encomendar uma chuvinha miudinha mesmo antes da minha prova começar. Garanto-vos que fizeram de propósito...

Também não entendo porque transformaram a prova numa competição internacional. Era para me humilhar? De repente vejo Irlandeses, Franceses e atletas de outros Países. Para cúmulo vejo atletas de todo o País e do Sporting e Benfica. Mas o que é isto? Quem chamou esta gente???

Pior de tudo, vou começar a correr, estava num belo aquecimento e olho para o lado e vejo três africanos, muito, muito, escuros e com ar de ligeira fome. Pronto, vou ser sincero, penso que a Comissão Organizadora convido-os para estarem no Seixal uma semana antes e não lhes deu um único prato de comida. Fiquei animado. Eu pelo menos tenho-me alimentado. Estava eu a ser injusto com os meus amigos comunistas e, afinal eles estavam a boicotar os adversários desde que sabiam que eu ia correr.

O pior mesmo foi quando os vi a correr. Como podem seres humanos correr tanto? Onde iam aqueles homens? Assim arrasaram comigo, pois eu no auge da minha ingenuidade colei-me a eles, porque pensava que eram os mais fraquinhos. Arrasaram comigo em 20 metros!

Também não entendo como pode o percurso ter tantas poças. Vou falar com o Sr. Vereador do urbanismo para rectificar aquele percurso. Assim não há condições!

Pelo exposto, felicito a organização desta prova que fez a bonita idade de 20 anos, mas desde já lhe suplico que para o ano mande alcatroar o piso, tire as subidas (e são mais do que muitas), não convide africanos (para além de eu próprio), não aceite atletas de nenhum clube, não permita que chova, reduza o circuito e faça tudo o que estiver ao seu alcance para me permitir concluir a prova.

Obrigado desde já pela atenção.

Nota: Uma palavra de agradecimento ao rui Belchior Pereira, candidato à Freguesia da Amora pelo PSD que se prontificou a acompanhar-me na prova, o que fez com o seu natural pessimismo...lol pelo que peço à organização que para o ano me d~e um companheiro mais optimista.

Nota 2: Um agradecimento especial ao David e ao seu grupo desportivo "Asas do Milénio", equipa pela qual corri.

Nota2: Como já perceberam este texto é ficcionado, ou seja uma brincadeira, baseado na nossa participação (essa foi efectiva) na prova, o que muito nos satisfez e honrou.


quarta-feira, dezembro 02, 2009

Quem fixa o IMI: a Câmara Municipal ou o Governo?

Na recente campanha eleitoral o PSD tinha um outddor com o meu rosto onde se podia ler " - Impostos Municipais - vamos baixar o IMI e a Derrama"

Confesso que não tenho a certeza se a frase era exactamente assim, mas pouco importa na medida em que a ideia era mesmo essa.

Não foram poucas as pessoas que no meio da sua infinita sabedoria de quem sabe tudo, embora de facto nada saiba sobre o assunto de que falava, dizia-me com o ar mais provocador e altivo que encontrava "como é que eu queria ser Presidente da Câmara se nem sabia que quem fixava essa taxa era o Governo"?

Contra ideias pre-concebidas, como sabem, pouco há a fazer e o povo Português é muito dado a falsas certezas e que só são desfeitas com absolutas confirmações.

É o que pretendo neste texto. Que quem ler este texto perceba que o n.º 1, do art.º 14.º da Lei n.º 272007, de 15 de janeiro prevê que a Derrama (das empresas - imposto sobre o lucro tributável  sujeito e não isento de IRC) possa ser lançada anualmente pelos munícipios até ao limite de 1,5%.

Pois bem, o nosso nóvel executivo, com os votos da CDU e a oposição do PSD (entre outros) aprovou uma taxa, sabe de quanto? 1,5%. Bingo! Mais pudessem tributar as nossas empresas, mais tributavam!

Já no que concerne ao IMI, a fixação da taxa ( a tal que muita gente me chamava burro por pensar que eu pensava erradamente ser da competência do Governo) compete aos municípios por força do n.º 5, do art.º 112.º do IMI, com a redacção que lhe foi dada pela Lei n.º 64-A/2008, de 5 de Dezembro, mediante deliberação da AM.

Pois é nos termos dessa prerrogativa foram aprovadas as seguintes taxas:

  • 0,8% para Prédios Rústicos;


  • 0,7% para prédios Urbanos;


  • 0,4% para Prédios Urbanos avaliados.

Era possível fazer mais e melhor.
A população merecia, sobretudo neste período de crise.
Mas foi esta população que sufragou esta política, portanto, resta-nos opôr-nos!.

Boa semana. Os vossos comenários serão publicados no semanário local "Comércio do Seixal e Sesimbra" e podem igualemnet comentar no meu colega, amigo e vereador do PS, Samuel Cruz, no seu Blogue " Rumo a Bombordo"